quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pós Modernidade e Metodologia Educacional

A pós-modernidade é um arcabouço de concepções filosóficas que visam uma rejeição sistemática do período conhecido como modernidade. A seguir apresentaremos um quadro[1] com as principais características destas correntes filosóficas.

Modernismo
Pós-modernismo
Romantismo/simbolismo
Parafísica/dadaísmo
Forma (conjuntiva, fechada)
Antiforma (disjuntiva, aberta)
Propósito
Jogo
Projeto
Acaso
Hierarquia
Anarquia
Domínio/logos
Exaustão/silêncio
Objeto de arte/obra acabada
Processo/performance/happening
Distância
Participação
Criação/totalização/síntese
Descriação/desconstrução/antítese
Presença
Ausência
Centração
Dispersão
Gênero/fronteira
Texto/intertexto
Semântica
Retórica
Paradigma
Sintagma
Hipotaxe
Parataxe
Metáfora
Metonímia
Seleção
Combinação
Raiz/profundidade
Rizoma/superfície
Interpretação/leitura
Contra interpretação/desleitura
Significado
Significante
Lisible (legível)
Scriptible (escrevível)
Narrativa/grande histoire
Antinarrativa/pepite historie
Código mestre
Idioleto
Sintoma
Desejo
Tipo
Mutante
Genital/fálico
Poliformo/andrógino
Paranóia
Esquizofrenia
Origem/causa
Diferença-diferença/vestígio
Deus Pai
Espírito Santo
Metafísica
Ironia
Determinação
Indeterminação
transcendência
imanência


A pós-modernidade, segundo Santos pode ser descrita como (apud GONDIM, 2002p.19): “ o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas deste 1950, quando, por convenção se encerra o modernismo (1900-1950)”  as características

nasce como a arquitetura e a computação nos anos 50, toma corpo com a arte Pop nos anos 60, cresce ao entrar pela filosofia aos anos 70, como crítica da cultura ocidental e amadurece hoje, alastrando-se na moda, cinema, na música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência+tecnologia) invadindo o cotidiano deste alimentos processados até microcomputadores.(apud GONDIM. 2000.p19):


Nota-se claramente tanto pelo quadro apresentado como pela definição que a pós-modernidade rejeita contundentemente todos os valores modernos. Isso também fica explícito nas propostas metodológicas.
O método é uma junção de duas palavras gregas[2] metha e hodos, a primeira designa em seguida, e a segunda caminho, teremos então na junção destas palavras a possível definição: método é um caminho a seguir.
O método é, contudo apenas uma forma de caminho, porém antes que se escolha um caminho é preciso um ser caminhante,e é nele que se manifesta no ato de escolher seus pressupostos.
Os pressupostos[3] podem ser explícitos ou implícitos, inconscientes ou conscientes, pois nada mais são do que todo o conjunto existencial de alguém diante de uma decisão.
Na verdade o método é o resultado final desses pressupostos. Se ao escolher um método se parte de convicções equivocadas, certamente o método fracassa. Um exemplo seria planejar uma aula para a 4º série do ensino fundamental, focando no conceito de pressuposto de método, o professor pressupõe, ou seja, admite previamente que os alunos da 4º série do ensino fundamental estão aptos para compreender termos técnicos de filosofia, e por tal pressuposição, escolhe um método de aula de análise hermenêutica de determinado filósofo.
Se tal pressuposição estiver equivocada, o método escolhido certamente ruirá, dessa forma pressuposto e método estão sempre interligados, as convicções admitidas antecipadamente por alguém implicará na metodologia escolhida.
Uma analise preliminar da metodologia e seus pressupostos são importantes para compreender como cada filósofo inicia sua forma de avaliação epistemológica da realidade e seus problemas adjacentes.  Como exposto às pressuposições são anteriores ao método e determinantes no resultado final de todo empreendimento intelectual.
A filosofia com disciplina da razão exige algumas características que são inegociáveis, a reflexão, introspecção, contemplação e o conhecimento de conceitos essências são indispensáveis para a filosofia.
Geralmente os conteúdos filosóficos são ditos serem pouco atraentes, pois são complexos demais e sem conexão com a realidade, de certa forma é preciso concordar uma vez que a filosofia tem seu mundo próprio, a razão humana.
Contudo, nada impede que tais conteúdos complexos se tornem inteligíveis ao máximo de pessoas, não seria está a razão da filosofia, sua aplicabilidade universal? ao menos no período clássico  se pode dizer que sim.
A contextualização é necessária a qualquer matéria, pois ajuda o ouvinte a transportar conceitos por meio do método da analogia. A filosofia parece possuir certa dificuldade em realizar esta tarefa, conjeturo o medo de vulgarização do conteúdo, de modo que passaria a não ser mais reservado a um grupo seleto.
Na pós-modernidade a questão é outra, a proposta é por um ensino de filosofia que na prática não implica em nada, primeiro a uma negação da objetividade da verdade e isso reflete desde a epistemologia a metodologia filosófica, segundo uma proposta de ensino descontinua e sem uma finalidade específica e com isso aumenta-se as dificuldades do aluno já que a falta de clareza e finalidade comprometem o rendimento e assimilação.

Bibliografia

HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo. Edições Loyola. 1992.
GONDIM, Ricardo. Fim de Milênio. Ed Abba, São Paulo. 2003.



[1] O quadro encontra-se em HARVEY, David. Condição Pós-Moderna. São Paulo. Edições Loyola. 1992. O Trabalho de Harvey é uma análise sociológica do impacto da pós-modernidade no mundo contemporâneo..
[2] Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo >
[3]Admitido previamente. Disponível em:  < http://www.lexico.pt/pressuposto/  > acessado 13/10/2011.

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